segunda-feira, 9 de maio de 2016

Os filhos esquecerão!

Mais um texto que achei lindo e emocionante!


"O tempo, pouco a pouco, me liberará da extenuante fadiga de ter filhos pequenos, das noites sem dormir e dos dias sem repouso. 
Das mãos gordinhas que não param de me agarrar, que me escalam pelas costas, que me pegam, que me buscam sem cuidados, nem vacilos. 
Do peso que enche meus braços e curva minhas costas. 
Das vezes que me chamam e não permitem atrasos nem esperas.


O tempo me devolverá a folga aos domingos e as chamadas sem interrupções, o privilégio e o medo da solidão. 
Acelerará, talvez, o peso da responsabilidade que as vezes me aperta o diafragma. 
O tempo, certamente e inexoravelmente esfriará outra vez a minha cama, que agora está aquecida de corpos pequenos e respirações rápidas. 
Esvaziará os olhos de meus filhos, que agora transbordam de um amor poderoso e incontrolável. 
Tirará de seus lábios meu nome gritado e cantado, chorado e pronunciado cem mil vezes ao dia. 

Como um rio que escava seu leito, o tempo perigará a confiança que seus olhos têm em mim, como ser onipotente, capaz de parar o vento e acalmar o mar, consertar o inconsertável e curar o incurável. 
Deixarão de me pedir ajuda, porque já não acreditarão mais que em algum caso eu possa salvá-los. 
Pararão de me imitar, porque não desejarão parecer-se muito a mim. 
Deixarão de preferir minha companhia em comparação com os demais (e vejo, isto tem que acontecer!).

Se esfumaçarão as paixões, as birras e os ciúmes, o amor e o medo. 
Se apagarão os ecos das risadas e das canções, as sonecas e os "era uma vez... 
Com o passar do tempo, meus filhos descobrirão que tenho muitos defeitos e se eu tiver sorte, me perdoarão por alguns deles. 

Eles esquecerão, mas ainda assim eu não esquecerei. As cosquinhas e os "corre-corre", os beijos nos olhos e os choros que de repente param com um abraço, as viagens e as brincadeiras, as caminhadas e a febre alta, as festas, as papinhas, as carícias enquanto adormecíamos lentamente.

Meus filhos esquecerão que os amamentei, que os balancei durante horas, que os levei nos braços e ás vezes pelas mãos. 
Que dei de comer e consolei, que os levantei depois de cem caídas. 
Esquecerão que dormiram sobre meu peito de dia e de noite, que houve um dia que me necessitaram tanto, como o ar que respiram. 

Esquecerão, porque é assim mesmo, porque isto é o que o tempo escolhe. 
E eu, eu terei que aprender a lembrar de tudo para eles, com ternura e sem arrependimentos, incondicionalmente. 
E que o tempo, astuto e indiferente, seja amável com estes pais que não querem esquecer." 

(Autor desconhecido)

7 comentários:

  1. Nunca achei trabalhoso, mas sei que é, cuidar de filhos pequenos.
    Acho que porque sabia que nunca gostaria de ve-los criar asas.

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  2. Amei cada cuidado que tive com meus filhos, não os cobro por isso, mas me entristeço por não perdoarem e me cobrarem pelo que não fiz!
    Muito lindo, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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  3. Texto bonitos e que pena que mutos
    escreviam e não deixavam o nome, mas
    filhos são nossa graça e cuidamos com amor
    Abraços de saudades minha querida venha tomar um
    cafezinho comigo bjussss
    Rita!!

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  4. Para mim foi sempre muito gratificante cuidar e mimar a minha filha. E ainda é.

    Beijinhos

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  5. Para mim foi sempre muito gratificante cuidar e mimar a minha filha. E ainda é.

    Beijinhos

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  6. Oi Ana
    O texto é bonito e verdadeiro, acho que acontece isto mesmo com todos os filhos, mas uma mãe de verdade não cobra nada deles.
    Beijo.

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  7. Lindo texto, e é assim mesmo, eu vivo lembrando coisas que eles se esqueceram, e eles adoram ouvir! bjsss

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Agradeço, Ana Maria