Uma das principais motivações para justificar a decisão de ter filhos é o desejo de receber cuidado, amor e companhia na velhice.
Muitos perguntam para as mulheres que optam por não ter filhos: "Mas como vocês irão enfrentar uma velhice solitária?".
No entanto, pesquisas revelam que a violência contra os velhos tem origem, em grande parte, dentro da própria família, em especial exercida por aqueles membros que deveriam proteger e cuidar deles.
Maus-tratos físicos e psicológicos, insultos, ameaças, espancamento, abandono, abusos financeiros, restrição da liberdade, negligência, recusa e omissão de cuidados por parte de filhos, de netos e de outros familiares são um quadro bem comum de violência contra os velhos.
Ao pesquisar mulheres de mais de 60 anos, percebi que a demanda por cuidado, carinho, respeito e escuta é satisfeita, basicamente, pelas amigas.
Uma professora de 66 anos disse: "Tenho três filhos, duas moças e um rapaz. Quando ligo para eles, só recebo patadas, estão sempre ocupados, trabalhando. Eles sempre me fazem sentir que estou incomodando, como se eu fosse um traste velho que só atrapalhasse a vida deles. Eles só ligam quando estão com algum problema. Em geral, quando precisam de dinheiro ou de uma 'avó-babá' para cuidar das crianças".
Essa entrevistada conta que quem cuida dela são quatro amigas da época da faculdade. "Falamos quase todos os dias, saímos, viajamos, vamos jantar. Quando fiz uma cirurgia, elas se revezaram para cuidar de mim. Estamos sempre ligadas na saúde de cada uma, nas dietas, nos problemas com os filhos. Se não fosse por elas, eu estaria completamente só."
Uma jornalista de 62 anos contou: "Nos últimos dez anos, fiz três grandes amigas. Faço questão de convidá-las para jantar, de telefonar sempre, de me colocar disponível para o que precisarem. Descobri que a minha maior riqueza são minhas amigas, as novas e as velhas".
Minhas pesquisadas dizem que as amigas são a sua "verdadeira família": a "família escolhida", um compromisso afetivo construído cotidianamente, sem obrigações e sem cobranças.
Essas mulheres revelam que, especialmente na velhice, os laços de amizade podem ser muito mais verdadeiros e sólidos do que os laços de sangue.
MIRIAN GOLDENBERG é antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de "Corpo, Envelhecimento e Felicidade (Editora Civilização Brasileira)
Esta semana eu e Lena falávamos sobre isso.O que seria de nós sem as amigas.
ResponderExcluirE vc Ana,sabe muito bem cuidar e manter uma amizade.Te amo minha amiga.
Bjs
Marcia Cristina
Olá Ana
ResponderExcluirRealmente uma amizade verdadeira não tem preço. Quem tem seus velhos, como tenho a minha mãe, com 83 anos, deveriam cuidar deles. Em nossa família, ainda que pequena, até os netos tem o maior cuidado com ela principalmente enquanto estou viajando.
Ótima 2º feira...
AMIGA da MODA by Kinha
Ruim para mim que não tenho amigas.
ResponderExcluirOi Ana
ResponderExcluirEvidentemente uma boa amizade, sincera, não tem preço, mas não acho que possa substituir a família, especialmente em casos de doenças, falo baseado na minha, na dos outros, não sei.
Beijo
Passei por acaso e gostei muito vou voltar!
ResponderExcluirBjs
Maria
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