Alguns textos tenho gostado muito.
Entre eles, este abaixo.
"Eu estava dentro do carro em frente à escola da minha filha, aguardando a aula
dela terminar. A rua é bastante congestionada no final da manhã. Foi então que
uma mulher chegou e começou a manobrar para estacionar o seu carro numa vaga
ainda livre. Reparei que seu carro era grande para o tamanho da vaga, mas, vá
saber, talvez ela fosse craque em baliza.
Tentou entrar de ré, não conseguiu. Tentou de novo, e de novo não conseguiu. E de novo. E de novo. Por pouco não raspou a lataria do carro da frente, e deu umas batidinhas no de trás que eu vi. Não fazia calor, mas ela suava, passava a mão na testa, ou seja, estava entregando a alma para tentar acomodar sua caminhonete numa vaga que, visivelmente, não servia. Ou, se servisse, haveria de deixá-la entalada e com muita dificuldade de sair dali depois. Pensei: como é difícil admitir um fracasso e partir para outra.
Para quem está de fora, é mais fácil perceber quando uma insistência vai dar em nada – e já não estou falando apenas em estacionar carros em vagas minúsculas, mas em situações variadas em que o “de novo, de novo, de novo” só consegue fazer com que a pessoa perca tempo. Tudo conspira contra, mas a criatura teima na perseguição do seu intento, pois não é do seu feitio fracassar.
Ora, seria do feitio de quem?
Todas as nossas iniciativas pressupõem um resultado favorável. Ninguém entra de antemão numa fria: acreditamos que nossas atitudes serão compreendidas, que nosso trabalho trará bom resultado, que nossos esforços serão valorizados. Só que às vezes não são. E nem é por maldade alheia, simplesmente a gente dimensionou mal o tamanho do desafio. Achamos que daríamos conta, e não demos. Tentamos, e não rolou. “De novo!”, ordenamos a nós mesmos – e, ok, até vale insistir um pouquinho.
Só que nada. Outra vez, e nada. Até quando perseverar? No fundo, intuímos rapidinho que algo não vai dar certo, mas é incômodo reconhecer um fracasso, ainda mais hoje em dia, em que o sucesso anda sendo superfaturado por todo mundo. Só eu vou me dar mal? Nada disso. De novo!
De-sis-ta. É a melhor coisa que se pode fazer quando não se consegue encaixar um sonho em um lugar determinado. Se nada de positivo vem desse empenho todo, reconheça: você fez uma escolha errada.
Tentou entrar de ré, não conseguiu. Tentou de novo, e de novo não conseguiu. E de novo. E de novo. Por pouco não raspou a lataria do carro da frente, e deu umas batidinhas no de trás que eu vi. Não fazia calor, mas ela suava, passava a mão na testa, ou seja, estava entregando a alma para tentar acomodar sua caminhonete numa vaga que, visivelmente, não servia. Ou, se servisse, haveria de deixá-la entalada e com muita dificuldade de sair dali depois. Pensei: como é difícil admitir um fracasso e partir para outra.
Para quem está de fora, é mais fácil perceber quando uma insistência vai dar em nada – e já não estou falando apenas em estacionar carros em vagas minúsculas, mas em situações variadas em que o “de novo, de novo, de novo” só consegue fazer com que a pessoa perca tempo. Tudo conspira contra, mas a criatura teima na perseguição do seu intento, pois não é do seu feitio fracassar.
Ora, seria do feitio de quem?
Todas as nossas iniciativas pressupõem um resultado favorável. Ninguém entra de antemão numa fria: acreditamos que nossas atitudes serão compreendidas, que nosso trabalho trará bom resultado, que nossos esforços serão valorizados. Só que às vezes não são. E nem é por maldade alheia, simplesmente a gente dimensionou mal o tamanho do desafio. Achamos que daríamos conta, e não demos. Tentamos, e não rolou. “De novo!”, ordenamos a nós mesmos – e, ok, até vale insistir um pouquinho.
Só que nada. Outra vez, e nada. Até quando perseverar? No fundo, intuímos rapidinho que algo não vai dar certo, mas é incômodo reconhecer um fracasso, ainda mais hoje em dia, em que o sucesso anda sendo superfaturado por todo mundo. Só eu vou me dar mal? Nada disso. De novo!
De-sis-ta. É a melhor coisa que se pode fazer quando não se consegue encaixar um sonho em um lugar determinado. Se nada de positivo vem desse empenho todo, reconheça: você fez uma escolha errada.
Aprender alemão talvez não seja para
sua cachola. Entrar naquela saia vai ser impossível. Seu namorado não vai
deixar de ser mulherengo, está no genoma dele. Você irá partir para a oitava
tentativa de fertilização?
Adote. E em vez de alemão, tente aprender espanhol. Troque a saia apertada por um vestido soltinho. Invista em alguém que enxergue a vida do seu mesmo modo, que tenha afinidades com seu jeito de ser.
Adote. E em vez de alemão, tente aprender espanhol. Troque a saia apertada por um vestido soltinho. Invista em alguém que enxergue a vida do seu mesmo modo, que tenha afinidades com seu jeito de ser.
Admitir um fracasso não é o fim do
mundo. É apenas a oportunidade que você se dá de estacionar seu carro numa vaga
mais fácil e que está logo ali em frente, disponível."
Ana, gosto tanto dessa escritora, mas não sei se se encontra editada em Portugl. Amanhã vou procurar na Fnac.
ResponderExcluirBeijo
Não conhecia a escritora...
ResponderExcluirIsabel Sá
Brilhos da Moda
Não é meu tipo de leitura.
ResponderExcluirdesconhecia a escritora e achei piada a este trecho do texto. Há que goste de marrar no que é, definitivamente, impossível acontecer.
ResponderExcluirOlá amiga.
ResponderExcluirNossa, que post maravilhoso.
Falou e disse!! rsrs
Verdade, temos que às vezes admitir que o fracasso faz parte da vida e pra podermos iniciar algo diferente.
Ameiii
Bjo
renovandoacasasempre.blogspot.com.br
Oi Ana
ResponderExcluirMartha Medeiros é sempre muito boa no que escreve, nos vemos muito diante destas situações que ela citou, e ela sabiamente nos dá a direção para o caminho certo.
Bjos
Um bom texto, mas não ando mais lendo livro nenhum desde a minha cirurgia,e se tento me dá nauseas.
ResponderExcluirTalvez seja a vista, mas ainda não fui no oculista...esperando ficar mais forte.
abraços!
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ResponderExcluirشركة مكافحة النمل الابيض بخميس مشيط
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