Estudioso das culturas orientais, Vyacheslav Ruzov, em um de seus artigos se referiu à experiência dos sábios da Índia.
O que não se deve divulgar.
Não é necessário divulgar são seus planos para o futuro.
Evite falar sobre eles até que se realizem. Nenhum de nossos projetos
é perfeito, na verdade eles possuem vários pontos fracos por meio dos
quais podem ser facilmente destruídos.
Você não deve compartilhar o mistério da sua
solidariedade. Um ato bondoso é algo extraordinário neste mundo,
e justamente por isso você deve guardá-lo como seu tesouro mais valioso.
Não se vanglorie por suas boas ações. Esse tipo de atitude pode levar
rapidamente à arrogância, e esta não é a melhor
característica que você pode ter. Concorda?
Não é preciso demonstrar a todo mundo sua austeridade. Não
comente por aí sobre suas restrições alimentares, dificuldades
no sono, nas relações sexuais, etc. A austeridade física traz
benefícios apenas se está em harmonia com seu lado emocional.
É necessário falar sobre sua coragem e heroísmo. Todos
nós enfrentamos diferentes testes a cada dia. Alguns encaram testes
externos, enquanto outros, testes internos. As provas externas são
visíveis, e por isso as pessoas são recompensadas, mas ninguém
se dá conta da superação das provas internas. Por isso ninguém
recebe recompensas por elas.
Não vale a pena divulgar seu conhecimento espiritual. Ele
é somente seu e não há porque dividi-lo com ninguém. Revele-o
a outros apenas se for realmente necessário, não somente para você,
mas também para os outros.
O que você não deve compartilhar com outras pessoas são seus
conflitos domésticos e vida familiar. Lembre-se: quanto menos você falar
dos problemas da sua família, mais forte e estável ela será.
As discussões servem para que você se desfaça da energia
negativa que acumulou no processo do diálogo. Quanto mais você falar
de seus problemas, mais acreditará neles.
Não vale a pena falar das palavras ruins que você ouviu
de alguém durante sua jornada. A pessoa que, ao chegar
em casa, conta tudo o que ouviu nas ruas não é diferente
de quem chega em casa e não tira os sapatos, trazendo com
eles a sujeira das ruas.